O projeto de automação da usina hidrelétrica de Quilleco, no Chile, localizada a 35 quilômetros da cidade de Los Angeles,na bacia do rio Laja, objetivou a integração de toda a Usina aos sistemas da Colbún e Chileno de energia elétrica.
O sistema de Supervisão e Controle da usina foi desenvolvido para possibilitar a operação remota de toda a usina, a partir de uma sala de controle localizada na hidrelétrica de Rucúe, a 18km de Quilleco. Isso contribuiu para a alta disponibilidade do sistema, com redução dos tempos de diagnose e fornecimento de ferramentas que agilizou a manutenção, sendo possível, através de Rucúe, acessar todos os CLP’s e estações de operação locais da usina de Quilleco.
A automação foi baseada em controladores lógicos programáveis (CLPs) e sistema supervisório SCADA, ambos em plataforma Rockwell Automation, com utilização de grande diversidade de redes de comunicação incorporadas para controle, redundância de dados e contingência de informações operacionais.
Foram dois anos para desenvolvimento e implantação do projeto, sob coordenação do engenheiro Oto José de Paula, que contou com uma equipe de profissionais que permaneceu cinco meses no local até o pleno funcionamento. São eles: gerente de Projeto Lucas Marques Silva, o engenheiro de Controle e Automação Murilo Ferreira, o Analista de Sistemas Oto José de Paula, o engenheiro Eletrônico Anderson José Silveira, o engenheiro Eletricista Fernando Lamounier, a engenheira de Controle e Automação Carla Daniela L.P. Soarez e o auxiliar Técnico Esdras Lima e Silva.
“Esse projeto permitiu à TSA adquirir conhecimentos na área de protocolos de comunicação elétricos e na área de processo de usina hidrelétrica, gerando know-how para outros projetos na área de produção de energia elétrica”, comenta Esdras Silva.
Quileco
A usina consiste em duas turbinas de 40 MW, integrando o complexo hidrelétrico de geração composto por Rucúe, Quilleco e Charrúa com capacidade de produção de 200 MW.
A energia elétrica gerada na usina de Quilleco utiliza água oriunda de degelo da cordilheira dos Andes, que é represada e direcionada para os condutos forçados para acionar as turbinas das duas máquinas de geração que a compõem, passando antes por Charrúa e Rucúe, respectivamente, formando assim uma espécie de cascata de usinas hidrelétricas.
Para a utilização dos recursos naturais, o projeto contou com aplicação de tecnologias apropriadas e economicamente viáveis para a regeneração de suas potencialidades e preservação ambiental.
A Colbún é uma empresa chilena de geração, transmissão e distribuição de energia, com capacidade instalada de 1.268 MW. Opera em sistema Interconectado Central onde representa 25% do mercado, sendo a segunda maior. É integrada por diversas usinas de geração (Colbún, Machicura, San Ignácio, Rucúe, Carena, Canutillar, Los Quilos, Blanco, Juncal, Chacabuquito, Quilleco e Charrúa). A Colbún tem 824km de linha de transmissão de energia.
Operação
Com o objetivo de flexibilizar a configuração do sistema durante a implantação ou manutenção, a TSA utilizou a mesma configuração de hardware para as estações locais e de operação – localizadas em pontos diferentes – o que permitiu a execução dos mesmos aplicativos.
O uso de ferramentas de acesso remoto também possibilitou as configurações, atualizações e testes das estações e gateways a partir da casa de máquinas, otimizando o tempo de comissionamento e start-up.
Outro ponto de sucesso do projeto foi a realização remota dos testes dos servidores OPC/ICCP com o sistema de controle de cargas em Santiago.
Segundo o engenheiro de Controle e Automação, Murilo Ribeiro Ferreira, devido à diversidade de dispositivos necessários ao sistema, as redes de comunicação devem ser escolhidas de forma a possibilitar a total integração, observando os padrões existentes no País. “Redes de comunicação com a função de transmitir eventos, como trip ou alarmes de relés de proteção devem prover o timestamp do evento com precisão de milissegundos”, declara.
Comentários